Vitória em casa, derrota fora – O que isso significa no Paulistão 2022

A gente tem se dedicado tanto à Rádio Web, que o portal ficou parado nestes dias, desde que o Bugre estreou no Paulistão. Vontade não faltou, faltou mesmo foi tempo para, entre trabalho, produção de programas que agora são dois, e diários, e transmissões de jogos, entrar aqui e dedicar algumas horinhas. Prometo melhorar isso.
Mas vamos aos fatos, o Bugre estreou no Paulistão deixando seu Torcedor extremamente feliz. A vitória sobre o São Paulo foi um belo cartão de visitas de um time que conseguiu jogar em casa e fazer a lição de casa: Vencer! não, não foi um espetáculo, foi um jogo sólido, de muita obediência tática, e coroado por dois golaços, daqueles raros de se ver mesmo! Guarani 2×1 São Paulo, Lucão do Break e Diogo Matheus.
Marcas do Guarani nesta partida: Enquanto esteve em campo com o time titular o Bugre conseguiu praticamente isolar as jogadas ofensivas do São Paulo. A malha de marcação estava muito bem ajustada, laterais marcando bem, proteção dos volantes bem exercidas pelo trio Bruno Silva, Madison e Eduardo Person, e o armador que ficou faltando foi substituído por muita movimentação do trio ofensivo formado por Lucão do Break, Júlio Cesar e Yago.
Lá atrás destaque pra a dupla de zaga Ernando e Derlan, com ênfse ao camisa 14 Ernando, um líder no sistema defensivo. Some-se a isso a segurança trazida pelo goleiro Maurício Kozlinski, que pareceu ter jogado com a camisa do Bugre nos últimos 5 anos, e não um atleta recém contratado.
Daniel Paulista acertou, marcou bem, deu velocidade ao seu ataque, e soube montar um time competente, mesmo com os desfalques de última hora ou já sabidos ainda na preparação, mas no final da partida um erro e o sinal acendeu. Eliel foi substituído, Derlan deslocado para a lateral, e João Victor entrou na zaga marcando pela direita, deslocando Ernando para a esquerda, mexeu de mais na estrutura e isso nos custou um gol sofrido.
Vitória suficiente para projetar no Torcedor Bugrino o desejo de acompanhar a equipe na próxima Bragança Paulista, a segunda do Bugre no Paulistão. Antes da partida Diogo Matheus confirmado como desfalque, Matheus Ludke assumiu a lateral direita e o restante do time foi o mesmo.
Sou obrigado a dizer que o futebol do Guarani contra o Red Bull não esteve muito próximo do apresentado na estreia. No ataque Lucão e Júlio César se movimentaram, enquanto Yago, talvez pelo gramado molhado, esteve aquém dos companheiros, mas ele pode também ter sofrido com o principal erro da equipe naquela partida: A condução de bola do meio para o ataque.
Contra um time rápido como o Red Bull, qualquer erro é fatal, e o Guarani errou bastante passes. O esquema de três volantes desta vez resultou num jogo “não reativo”, onde o Guarani, tendo em Eduardo Person seu armador, não conseguiu armar. As bolas recuperadas que poderiam resultar em contra ataques acabavam em bolas recuadas pelos volantes para o sistema defensivo, a decisão tomada era errada, e o ataque com isso não conseguia luzir.
Some a isso erros de passes curtos, principalmente com Bruno Silva, uma lateral direita mais exposta, novamente com a participação da dupla Bruno Silva e Ludke, e o resultado foi uma falha cara, um gol de mérito do atacante Artur, claro, mas de visível mau posicionamento defensivo entre a dupla Silva/Ludke. Menos mal que o prejuízo foi apenas na classificação com placar mínimo, o Red Bull teve algumas chances, duas delas verdadeiros gols perdidos, que poderiam também custar um placar dilatado.
Nesta partida novamente destaque para o goleiro Kozlinski, a dupla de zaga, Júlio César e Lucão do Break. Eduardo Person muito bem na recomposição, mas sem conseguir atuar na armação ou aproximação com o ataque. Bruno Silva errando bastante nas saídas de bola e Madison aparentemente sobrecarregado na marcação pelo setor.
O Guarani teve chances, dirão os Bugrinos mais eufóricos, sim teve, ao menos duas, mas no primeiro num chute de Ludke apanhando um rebote na entrada da grande área bateu forte, de primeira, exigindo grande defesa do goleiro Cleiton. No segundo, ambos aconteceram na segunda etapa, GIovanni Augusto que entrou no decorrer da segunda etapa fez uma boa jogada individual pela esquerda e foi derrubado na entrada da grande área, ele mesmo cobrou, bateu muito forte, e o goleiro adversário se virou pra jogar a bola pra escanteio.
Observem que os lances foram isolados, não houve a construção competente da primeira partida. Assustou? Não, não assustou. Vários fatores podem ter influenciado, entre eles o intervalo curto entre um jogo e outro que pesa muito num início de temporada, o gramado molhado e pesado em Bragança, diferente da partida de estreia, e o desfalque de Diogo Matheus de última hora.
Resumindo, em dois jogos, o Guarani fez a lição de casa, venceu jogando no Brinco, e acabou derrotado jogando fora. Como o terceiro jogo contra o Mirassol também acontece apenas três dias após o jogo anterior, o que deverá fazer Daniel Paulista? Primeiro torcer para que novos desfalques, sejam por Covid ou qualquer outro motivo não aconteçam, e depois, preservar o máximo de time e estrutura possível, mas corrigindo posicionamentos e atitudes durante a partida, principalmente a marcação pelo lado direito, a saída de bola de Bruno Silva e a aproximação ofensiva de Eduardo Person.
Se conseguir, o Bugre enfrenta o Mirassol com chances de vencer a partida nesta noite, em Mirassol. Vamos conferir? A gente transmite o jogo ao vivo na Rádio Planeta Guarani a partir das 18:15, se quiser,dá uma passadinha por lá e vamos juntos torcer muito pra dar tudo certo!
Marcos Ortiz