Mirassol 2×0 Guarani, muito mais que uma derrota, uma atuação preocupante

Mirassol 2×0 Guarani, muito mais que uma derrota, uma atuação preocupante
Lance da triste atuação Bugrina em Mirassol. Foto: Thomaz Marostegan/Guarani FC.

É, a noite te quinta-feira terminou mal para o Torcedor Bugrino que vivia a expectativa da recuperação da equipe após a derrota para o Red Bull, sonhava com uma vitória e se deparou com uma derrota dolorida demais, até pra um jogo fora de casa.

O Guarani sofreu um gol em cada tempo do jogo, em comum, ambos em falhas de marcação do lateral direito Mateus Ludke. No primeiro, a bola veio cruzada da direita do ataque para a grande área e Ludke não subiu para disputar a bola com o atacante Negueba que de cabeça marcou.

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No segundo gol outro cruzamento para o lado direito da marcação, agora numa cobrança de escanteio e Ludke ficou no meio do caminho, quando tentou, só conseguiu ver o zagueiro Thalyson Kelven cabecear no canto direito de Kozlinski, que ainda tentou, mas quando alcançou a bola, ela já havia entrado.

O desastre poderia ser maior, primeiro em uma cobrança de falta, Kozlinski voou para a bola no seu ângulo esquerdo e, de mão esquerda, conseguiu jogar a bola pela linha de fundo, depois, em uma jogada rápida do Mirassol, o atacante saiu cara a cara com o goleiro Bugrino e ele operou mais um grande milagre, evitando um gol feito. Salvou o Kozlinski, e não foi apenas nesses dois lances, no time do Guarani só se salvou o Kozlinski, que confirmou ser um grande goleiro.

Na defesa, Ernando e Derlan não repetiram as atuações nas duas partidas anteriores. Ernando menos, mas Derlan errando muito na saída de bola. Já na lateral esquerda Eliel, em termos ofensivos, participou muito pouco da partida, e defensivamente não conseguiu conter os avanços de Negueba e Zeca.

Passando pro meio de campo vieram as maiores preocupações do Torcedor Bugrino, as atuações de Bruno SiIva, Madison e Eduardo Person foram muito abaixo. O capitão do time, Bruno Silva, mal posicionado na saída de bola e errando muitos passes, tem sido um dos pontos negativos do Guarani neste início de Paulistão, enquanto Madison, nitidamente um primeiro volante, se mostra isso, um primeiro volante, diminuindo muito a qualidade da saída de bola da equipe para o campo de ataque, e Eduardo Person, segundo volante improvisado como meia, não conseguiu dar velocidade e objetividade á equipe, alem de, desta vez, não conseguir boa atuação também na recomposição defensiva. Foi substituído logo na volta do intervalo.

No ataque Yago, que surpreendeu positivamente na estreia da equipe, até por conta da atuação fraca do setor de armação das jogadas, foi opaco, apagado e totalmente isolado, assim como Júlio César pela esquerda, que apresentou a mesma capacidade de recomposição defensiva, mas ofensivamente acrescentou pouco à equipe.

Sobrou Lucão do Break, que mais uma vez tentou, correu, buscou bola, deu passes, tentou armar jogadas, tabelar com os companheiros, e ainda meteu uma cabeçada na trave esquerda do goleiro Darley pouco antes de ser substituído. Merece nosso apoio o camisa 11 que na verdade é 9.

Entraram durante a partida, logo na volta do intervalo, Giovanni Augusto, Ronald e Maxwell. De início pouca coisa mudou, o Guarani continuava acuado e inexpressivo, Maxwell procurava as jogadas pelo lado esquerdo e repetia a atuação de Júlio César na recomposição defensiva, já Ronald mostrava muita dificuldade até nos domínios de bola pela direita.

Depois vieram as duas últimas alterações, saiu Lucão do Break para a estreia de Lucas Venuto, e saiu Madison para a entrada de Rodrigo Andrade, e finalmente o Guarani ganhou mobilidade e um pouco de criatividade ofensiva, uma pena que isso nos custou a saída do “fazedor de gols” Lucão. A função dele passou a ser desempenhada por Maxwell, e Giovanni Augusto começou a dar mais balanço ofensivo à equipe. Maxwell teve duas chances, numa o goleiro fez boa defesa, em outra cabeceou uma bola rente ao ângulo direito, levou perigo, já Ronald, nada fez, nada acrescentou.

Rodrigo Andrade confirmou oque todos já sabíamos, é titular incontestável, precisa recuperar a boa forma física urgentemente.

Deu medo a “involução” da equipe em relação à estreia contra o São Paulo. Sim, como afirmou o próprio Daniel Paulista, ainda são muitos jogadores sem condição de jogo, seja por Covid-19, casos de Ronaldo Alves, Índio, Vitinho, Diogo Matheus e até mesmo o recém contratado lateral esquerdo Matheus Pereira, que sequer pôde treinar com o elenco até agora, chegou positivado para Covid-19. Por lesão temos o caso do volante Silas, e por falta de condicionamento físico, casos de Rodrigo Andrade e Giovanni Augusto.

Realmente podem dar uma cara nova ao time, mas o que de fato assustou foi a apatia, ou a “falta de competitividade”, como disse Maurício Kozlinski em curta entrevista ao final da partida. O que fará Daniel Paulista? Chacoalhará o coqueiro, ou será “pouco competitivo” na montagem do time que enfrentará o Santos? Mais do que isso, qual será a cara do Guarani para o restante da competição? O time bem organizado e atento que venceu o São Paulo, ou o time derrapante contra o Red Bull e depois desinteressado contra o Mirassol?

Até domingo, saberemos.

Marcos Ortiz