Pastana é desligado, questiona “relevância” do CA e se diz traído por Ricardo Moisés (leia ou ouça)
Na noite de ontem a notícia caiu como uma bomba no Brinco de Ouro,o clube informou, pelas redes sociais, a saída do Superintendente de Futebol Rodrigo Pastana.
Pastana chegou ao Guarani FC em julho de 2022 quando o Guarani enfrentava uma grave crise desportiva e de gestão no departamento de futebol,o então treinador Daniel Paulista havia acabado de ser dispensado, Marcelo Chamusca havia sido contratado e, sem resultados, acabou demitido, antes causando a demissão de Michel Alves, mas seu antecessor já havia iniciado as tratativas com o então futuro treinador, Mozart Santos.
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E Rodrigo Pastana, desde então, comandou o futebol Bugrino com “mãos e ferro”. Se alguém duvida disso,um trecho da sua entrevista à Radio Central AM na noite de ontem é suficiente para dirimir tais dúvidas:
“Não faz parte do CA, nunca fez, isso aí é conversa pra boi dormir” respondeu o agora ex superintendente,ao ser questionado sobre não ser ele o único responsável pelas contratações de atletas para o Guarani.
E ele seguiu: “Quem decide as coisas no Guarani é o Ricardo Moisés e o executivo de futebol, o CA que decide a contratação de um treinador, ou a contratação de um jogador, ou as mudanças devem ser feitas no departamento de futebol (essas coisas) nunca foram feitas pelo CA, elas foram ratificadas pelo CA, é diferente“, disse Pastana, deixando a entender que o Conselho de Administração do Guarani FC e o seu atual Presidente André Marconatto não tem voz ativa nas decisões do futebol do clube.
“Eu não só contrato e avalio a contratação de um jogador, eu cumpro um orçamento, vejo as características, entendo o jogo e converso com o treinador para ver se aquele jogador A, B ou C estão dentro das características necessárias pro modelo de jogo dele treinador“, disse Pastana, antes de se contradizer na sequência da mesma fala:
“Tudo é avaliado a várias mãos, , nunca teve uma contratação só do Pastana, ou só do Ricardo (Moisés), ou só do Bruno Pivetti, esse processo não é assim que funciona nem no Guarani nem em nenhuma outra equipe“.
Mais tarde, em entrevista à Rádio Bandeirantes, Rodrigo Pastana disse que os motivos de seu desligamento seriam injustificados. Segundo ele, que se declarou traído por Ricardo Moisés, os argumentos usados para demiti-lo foram de não estar presente na concentração da equipe antes da partida anterior, a derrota para o CRB-AL, segundo ele por estar acompanhando a festa junina dos filhos em Baruerí. Alias, Pastana chegou a dizer que outro argumento foi o fato de ele ainda morar em Barueri após nove meses de sua chegada ao clube.
Em outro argumento, ele que ocupava cargo de confiança, portanto não podendo se limitar a carga horária de trabalho, declarou que por viajar, acompanhar jogos e treinamentos, exerceria muito mais do que 40 horas semanais de trabalho.
Quando eles erram e eu acerto…
O real motivo da saída de Rodrigo Pastana, segundo apuramos com fontes ligadas à gestão do Guarani e ao departamento, foi o ambiente nos vestiários do futebol profissional Bugrino. Rodrigo Pastana é centralizador e de falas ríspidas no trato de dia a dia. Além disso, não é adepto da “mea culpa” nas decisões. Apenas ouvindo sua entrevista à Radio Central é possível perceber isso quando ele diz que não cometeu erros, ou, se cometeu, eles não trouxeram prejuízos ao clube.
“O time não está na zona do rebaixamento e eu não uso chuteiras,mesmo que fosse só eu, o time não está na zona do rebaixamento, eu não uso chuteiras e fui um dos responsáveis por colocar R$ 8 milhões no clube,quais são as (contratações) que não deram certo? As que não deram certo todo mundo foi embora sem pagar rescisão” disse Pastana, claramente atribuindo especificamente aos atletas o mau momento vivido pelo time na Série B.
Ainda defendendo seu trabalho, ele seguiu afirmando que não há erros na montagem do atual elenco Bugrino: “Quem que não deu (certo)? Me fala quem não deu e a gente pode discutir“.
Ao ser questionado sobre se sentir traído, Pastana respondeu: “Totalmente! Por tudo o que eu fiz, por tudo o que eu construí. É claro que não construí sozinho, construí com todos os profissionais do departamento,mas hoje o clube tem psicólogo desportivo, não tinha, nutricionista e não tinha, coordenador de performance e não tinha, uma academia decente e não tinha, um vestiário decente e não tinha. Receita e probabilidade de novas receitas com negociações de atletas, nós acabamos de comprar 40% do Derek com contrato até dezembro de 2025, o jogador é 100% do Guarani, um ativo que tem uma probabilidade grande de venda agora mesmo,nessa janela ou na próxima, até porque é um jogador que já jogou no exterior“. Sabemos que o Guarani FC foi alertado por um Torcedor do interesse de um clube Sul Coreano na contratação de Derek, então se alguém tem mérito éo Torcedor que alertou antes que o atleta pudesse ser procurado.
“Todos os contratos com clausulas de performance, todos bem feitos e organizados.Não perdemos nenhum jogador por alguma falha contratual. Se for o resultado que justifica e alguém precisa ser culpado, ai tudo bem, tudo certo, porque realmente no futebol só se avalia resultado e tá tudo bem, agora se for trabalho eu não consigo achar nenhuma justificativa,de verdade nunca fiquei tão decepcionado porque sou um cara de resultado, nunca chorei ou reclamei de nenhuma demissão, sou bem prático e até frio nessas decisões, mas estou incrédulo com essa decisão“.
Por último, questionado sobre se o atual treinador Bruno Pivetti corria riscos no seu cargo, ele respondeu: “Não posso afirmar porque seria leviano da minha parte, mas é o Ricardo,que antes era presidente e agora é CEO quem comanda o departamento, ele tem a prerrogativa de comandar o departamento“.
Sobre este tema cabe uma última informação. Trouxemos ontem na programação da Rádio Planeta Guarani e repetimos aqui: A última reunião de Rodrigo Pastana no Guarani antes de sua demissão foi com o representante de um treinador de futebol que foi convidado por ele para assumir o cargo, com o atual treinador ainda contratado. Para preservar o nome do profissional e também em respeito ao atual técnico Bruno Pivetti não divulgaremos o nome do treinador convidado. Nas conversas que tivemos com pessoas ligadas à gestão do clube e ao departamento de futebol as respostas foram que a iniciativa foi exclusiva do agora ex superintendente, sem conhecimento ou anuência do Guarani FC.
Apenas para concluir de nossa parte, quando “eles erram e eu acerto” nós sabemos que tem tudo pra dar errado.
As duas entrevistas seguem a seguir em áudio para corroborar o respeito e fidelidade das declarações.
Marcos Ortiz
