Guarani FC – 111 anos de vida, amor, glórias, raça e tradição

Guarani FC – 111 anos de vida, amor, glórias, raça e tradição

Nosso Guarani já nasceu diferente, nasceu basicamente de operários, numa época em que o futebol era elitizado. Nasceu na praça, ao ar livre, num dos pontos de referência da cidade de Campinas e homenageou duas vezes o maior ícone cultural da cidade, no local de fundação e no seu nome, O Guarani, nascido na praça Carlos Gomes.

Ao menos 12 jovens estiveram presentes à sua primeira reunião, sim, ao menos, podemos ter tido mais, mas estes doze estão registrados na nossa história: Vicente Matallo (18 anos), Antonio de Lucca (16), Pompeo de Vito (15 anos), seu irmão Romeo Antonio de Vito (16), Angelo Panattoni (16), José Trani (16), Julio Palmieri (16), Hernani Felippo Matallo (16), Miguel Grecco (17), José Giardini (18) e Luiz Bertoni (19). Alfredo Seiffert Jaboby Junior (18).

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Pouco depois já dava os primeiros passos pra se transformar naquilo que nasceu pra ser, um gigante no mundo do futebol. Vieram os primeiros jogos, os primeiros títulos municipais, a constatação de que Campinas ficava pequena para o tamanho do Bugre, os desafios, como o de disputar o Campeonato Paulista já em 1927, entre os profissionais. Depois de se decidir pela manutenção como amador veio o Campeonato Paulista Amador do Interior e o Campeonato Paulista Amador do Estado em 1944.

Desafio é, sempre foi e sempre será a vocação do Guarani Futebol Clube. Em 1947 veio a lei da profissionalização, já em 1948 estava decidindo o acesso à elite do futebol paulista, não deu ali, mas foi logo no ano seguinte, em 1949 com a conquista da Divisão Especial que o Bugre voltou a disputar o Paulistão entre os gigantes, onde se manteve até o ano de 2006.

Na década de 1970 o Bugre encarou mais um grande desafio, registrar sua marca no futebol nacional, e assim foi! Em 1973 foi o primeiro clube do interior a disputar um Campeonato Brasileiro (sim, a primeira competição com este nome foi disputada em 1971, apesar de recentemente a CBF ter reconhecido torneios e copas antigas como tal).

Conquistas estaduais, grandes campanhas e logo surgiria a conquista maior, algo jamais repetido por um clube do interior do país. Em 1978 veio o Campeonato Brasileiro, em 1979 a semifinal da Libertadores da América, em 1981 a conquista da Taça de Prata, em 1982 a semifinal do Campeonato Brasileiro. Quantas conquistas, não é mesmo? Quantos desafios encarados e vencidos. O Bugre detém dois recordes da Série A do Campeonato Brasileiro, o de maior sequência de vitórias (12, sendo 11 na reta final do Brasileiro de 1978 e uma na estreia da competição em 1979), e a maior média de gols em um Brasileirão, 2,65 gols marcados em média por jogo, em 1982.

Sim, outras duas vezes batemos na trave, foram os vice campeonatos Brasileiros de 1986 e 1987, um manchado por uma atuação escabrosa da arbitragem, outro perdido dentro de campo, numa final fora de casa. Mais duas Libertadores na conta (1988 e 1989), e detalhe, todas elas disputadas em uma época que apenas campeões e vices nacionais disputavam a competição.

Finalista do Campeonato Paulista de 1988, semifinalista do Brasileiro em 1994, tantas outras grandes campanhas nacionais, sempre ali, à frente do seu tempo, na vanguarda futebolística. Esse é o Guarani, tão grande que mesmo nos seus momentos mais difíceis surpreendeu, como fez ao ser finalista do Campeonato Paulista novamente em 2012.

É verdade, tempos difíceis vieram. Séries impensáveis para a grandeza deste gigante. De repente A2, C, isso fez parte também… mas sempre lá esteve o Bugre a encarar seus desafios em busca da volta ao seu devido e merecido lugar. Muitos diziam ser impossível voltar, mas o impossível, ah, “o impossível é só uma questão de opinião”, lembram-se?

Hoje chegamos ao 111º aniversário frente a novos desafios. É preciso competência e coragem para comandar o Bugre que, combalido por momentos que não merecem ser registrados aqui, viu sua sobrevivência ameaçada. Perdeu quase tudo, só não perdeu sua coragem, sua Torcida e sua tradição: Enfrentar e vencer desafios!

Parabéns Guarani Futebol Clube, vivemos aqui a esperança do retorno, o sonho do acesso e da reconquista da honra. Falta um último degrau e temos certeza que ele será superado brevemente. Crescer, se estruturar, representar toda uma Nação Verde e Branca, o seu povo, que sonha, ambiciona e não desiste de voltar ao seu lugar de direito.

O Bugre já nasceu gigante e brevemente estará novamente entre os gigantes, sempre com o apoio, o amor e a dedicação de todos os seus Torcedores que levarão sempre consigo, em todo o campo que forem, a bandeira do verde e branco, símbolo do Torcedor. Mesmo quando o Brinco de Ouro deixar de ser a nossa taba, ele terá sempre sido construído com devoção, e nossa Família Bugrina terá sempre raça e tradição!

Então, avante, avante meu Bugre, com fibra e destemor, a cada nova jornada, Guarani sempre será mais amor! Avante, avante meu Bugre, que nós sempre vibraremos por ti, seja na vitória ou na derrota, SEJA HOJE E SEMPRE, GUARANI!

Marcos Ortiz