Opinião: O drama do Guarani na janela de transferências e o impacto disto na Série C

Opinião: O drama do Guarani na janela de transferências e o impacto disto na Série C
Farnei Coelho (Executivo) e Elano (Coordenador) em entrevista coletiva, no Brinco. Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC.

O Torcedor Bugrino vestiu-se de esperanças com a chegada da abertura da “mini janela” de transferências que se abriu no último dia 1 de junho, mas desta vez não se trata apenas de expectativa de Torcedor, ele foi estimulado a isso nas muitas declarações dadas pelos integrantes do departamento de futebol Bugrino.

Vários nomes foram jogados  ao vento, nomes de maior relevância no futebol, alguns jogadores interessantes foram cogitados, mas de repente veio a realidade trazida nas falas de Elano e Farnei Coelho: Muitos jogadores não quiseram vir.

Surpresa? Nenhuma… atleta tem por trás dele pessoas que decidem seus futuros, empresários, representantes, familiares, amigos e também outros atletas. Foi-se o tempo em que um jogador recebia uma proposta e ele mesmo decidia: Tá bom, eu aceito.

Mas em tudo isto, um detalhe passa despercebido pela maioria, mas não pode ser desprezado: O reflexo que as declarações trouxeram dentro do elenco atual. Jogadores tomaram conhecimento das falas dos dirigentes e do treinador, que na entrevista pós jogo contra o Figueirense clamou publicamente pela chegada de reforços: “O Guarani está contratando novos jogadores”, disse Marcelo Fernandes, após o fatídico 0x0.

Se por um lado o Torcedor Bugrino pode dizer, e terá razão se disser, que o time é fraco e que realmente precisa de reforços urgentes, por outro lado, não pode ser desprezado  que a cada negativa obtida pelo Guarani, o clube e o Torcedor terão que “se virar” com o que tem.

Sim, o treinador parece já ter se preparado para isso, mudou esquema de jogo, adaptou jogadores em posições diferentes, e o melhor, deu certo, ao menos na última partida, mas como fica o atleta que passou um mês ouvindo que a única solução seria a chegada de outro para a sua posição, e agora poderá, caso o clube não consiga contratar, seguir treinando, como se nada tivesse acontecido?

Ah, mas eles são pagos pra isso! Concordo, são pagos pra treinarem, trabalharem e fazerem o que tem de melhor. Isto funcionaria perfeitamente se estivéssemos falando de uma máquina programada para produzir, mas estamos falando de pessoas que tem ego, vaidades e, claro, limitações técnicas.

A verdade é que, ao falar aquilo que todos nós já constatamos há muito tempo, ao dizer que o elenco Bugrino é jovem demais e que não tem as virtudes físicas necessárias para disputarem uma Série C feita por tanta imposição física, o Guarani pode ter se colocado numa “sinuca de bico”. Pode, ao final da grande esperança do Torcedor, a janela de transferências, ter que dizer a este mesmo Torcedor que o que tem, ou o que conseguiu trazer, é suficiente para conseguir os objetivos que o clube tem.

Torcedor pode falar o que quiser, sem dúvida, já dirigente precisa pensar no que fala, sob pena de, ao não conseguir promover as mudanças que sim, repito, são necessárias, não conseguindo agir, ter que voltar atrás naquilo que já foi dito.

A verdade é que, com reforços ou sem reforços, o Guarani precisará de uma campanha forte, e de um aproveitamento significativo, para conquistar seu objetivo, seja ele qual for, nesta Série C do Campeonato Brasileiro, e nós podemos ter que constatar, ao final da janela, que “quem não tem tu, vai com tu mesmo…”

Resumindo, quem pode falar tudo é o Torcedor, quem trabalha, mesmo que pense igual, nem sempre pode dizer o que pensa…

Tomara que de certo.

Marcos Ortiz